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domingo, 22 de março de 2009

Orkut perde sua maior comunidade para troca de músicas






















DIÓGENES MUNIZ
editor de Informática da Folha Online

Quase 1 milhão de internautas amanheceram nesta segunda-feira (16) com uma comunidade a menos no seu Orkut. Após meses de queda de braço com representantes das gravadoras, a comunidade "Discografias" anunciou, no domingo à noite, seu fim.

Criado em novembro de 2005, o endereço abrigava 921 mil usuários cadastrados --o número de pessoas que a utiliza efetivamente ultrapassava 1 milhão, já que para acessar seu fórum não é preciso se inscrever. Ali, internautas compartilhavam links com álbuns musicais inteiros sem pagar nada. A organização e o volume de material fez com que o endereço se tornasse uma das principais plataformas na web brasileira para quem procura esse tipo de "Informamos a todos os membros da comunidade 'Discografias' que encerramos as atividades devido às ameaças que estamos sofrendo da APCM [Associação Antipirataria Cinema e Música] e outros orgãos de defesa dos direitos autorais", diz uma nota publicada no Orkut, assinada pelos moderadores, que não se identificam. A nota não informa que tipo de ameaça estaria sendo feita contra eles.

Essa exclusão já era aventada pelo próprio Google, responsável pelo Orkut, desde 2008, conforme adiantou a Folha Online em outubro do ano passado. "Não é com o fechamento desta comunidade e outras equivalentes que as gravadoras irão aumentar seus lucros", afirmaram os moderadores, no comunicado de despedida.

Poucos minutos após o anúncio, a repercussão do caso tomou dezenas de blogs e twitters (microblogs), que protestaram madrugada adentro.

A APCM, por meio de nota, disse hoje que o encerramento do fórum é "positivo". A entidade vinha notificando o Google sobre a "ilegalidade" da comunidade há meses. O Google, por sua vez, negou que tenha entrado em contato com os administradores da comunidade para pressioná-los.

"Os apreciadores da boa música tem uma grande oferta de comunidades para discutir seus temas e artistas favoritos", afirmou diretor de comunicação do Google Brasil, Felix Ximenes. Para ele, "é uma pena que a comunidade 'Discografias' não tenha encontrado pontos convergentes com as demandas da APCM".

Guerra

No ano passado, a APCM já havia declarado guerra à comunidade, tida como sua principal inimiga na rede. "Em se tratando de música, ninguém tem mais arquivos que violam direitos autorais do que a 'Discografias'", disse à Folha Online Edner Bastos, coordenador antipirataria da associação que defende a propriedade intelectual.

A declaração acirrou os ânimos, fazendo circular um abaixo-assinado (que conta com 26 mil nomes) contra a exclusão do endereço. À época, a associação conseguia, com auxílio do Google, excluir alguns pedaços da comunidade, mas admitia ter problemas com o tamanho e a complexidade do fórum.

Os moderadores também chegaram a se defender, em entrevista por e-mail realizada em outubro último. "Muitas bandas, hoje, tanto no Brasil quanto no exterior, assumem que não fariam sucesso se não fosse a internet. Até o Presidente da República deu uma declaração favorável sobre 'baixar músicas da internet'. Ilegal e pirataria, na nossa opinião, é a venda de CDs piratas", disseram, sem sair do anonimato.

Um comentário:

  1. Affe
    por um lado eles tao certos mais por outro.. po.. que merda.. hauahauahauahau

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